CONTATOS DESTA COMISSÃO: aerominas@yahoo.com.br / observatoriodumont@yahoo.com (e-mail)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Cratera Piccolomini e Rupes Altai - Por Conrado Serodio

 


Registro em 22 Jan (2022) de duas formações lunares especialmente interessantes, no quadrante SE: a cratera Piccolomini e a longa escarpa Rupes Altai. Por vezes, na observação ou astrofoto não é possível termos a noção das reais proporções das formações, e analisando sua topografia, podemos nos dar conta da grandiosidade das mesmas, como é o caso destas duas.

Piccolomini, uma cratera de impacto complexa, com 88 km de diâmetro , quase 4000 metros de profundidade e montanhas centrais que atingem 2000 metros de altura, como se pode observar no perfil A-B.

Já Rupes Altai, que se inicia na borda Oeste de Piccolomini, é a mais destacada escarpa lunar, com penhascos de 3400 metros de altura, como se pode observar no perfil C-D e que se desenvolve por cerca de 480 km na direção Noroeste. Altai é o remanescente de um conjunto de anéis/bordas concêntricas ao redor do Mare Nectaris.

Tele GSO 305 mm em f/12, câmera ASI290MM. Perfis altimétricos usando o QuickMap/LROC [ melhor visualização em tela cheia ].


Por Conrado Serodio

Cratera Theophilus - Por Conrado Serodio


 Um "close" da bela cratera Theophilus, no quadrante SE lunar, com seus 110 km de diâmetro e profundidade de 3900 metros, sobrepondo-se na borda SW a Cyrillus. Theophillus é uma típica cratera complexa, com paredes terraceadas, montanhas centrais com 4 picos, que chegam a 1400 metros e várias craterletas em seu piso. Tele GSO 305 mm em f/12, ASI 290MM .

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Uma ponte na Lua!


Observe a imagem em anexo, veja o que parece ser uma "Ponte" onde se situa a cratera Polybius K (seta).

Isso se torna mais evidente pelo fato de Polybius K não ser uma cratera circular, tem um formato irregular, bem como, momento exato da captura o angulo de iluminação solar colaborou para evidenciar essa impressão errada.

Na observação lunar é muito facil nosso cérebro criar ou interpretar coisas que na realidade não existem.

Nas regiões próximas ao terminadouro, o jogo de luz e sombra frequentemente leva a essas comparações equivocadas.

 Um desses equívocos mais notáveis, foi a famosa “Ponte  O’Neill”, bem descrita pelo meu grande amigo Gilberto Dumont no texto "Uma Ponte Alienígena na Lua: verdade ou mito?" (https://www.patoshoje.com.br/blog/uma-ponte-alienigena-na-lua-verdade-ou-mito-67775.html).

Não podemos condenar esse fato, se hoje com equipamentos modernos e técnicas de fotografia avançadas, muitas coisas ainda parecem estranhas e podem ser interpretadas de maneira errada (vide a suposta cabana encontrada pela  sonda Yusu-2, https://segredosdomundo.r7.com/cnsa-usa-sonda-chinesa-para-identificar-cabana-misteriosa-na-lua/), que dizer de antigamente.

De qualquer forma a fotografia lunar é uma arte maravilhosa, com ou sem ilusões de óptica, ela mostra como nosso satélite é rico em formações estranhas,  evidencia que cada foto é unica e cada momento é exclusivo tornando nosso satélite um mundo digno de ser apreciado.

Texto: Avani Soares


Você pode encontrar a foto em resolução total e outras informações nos links abaixo:

https://www.astrobin.com/r1p9dv/

https://www.youtube.com/watch?v=XmeTM6M7tlg

https://www.amusingplanet.com/2019/10/a-natural-land-bridge-on-moon.html


Catena Muller - Por Avani Soares.

 


A cratera em evidência na foto é a gigante Ptolemaeus, com seus respeitáveis ​​158 km de diâmetro e suas infinitas crateras fantasmas, que estão espalhadas por todo o seu chão e apesar de serem inundadas por lava são facilmente visíveis nesta foto, devido ao baixo ângulo de iluminação.

Mas o que estamos tratando aqui é algo mais sutil e, embora eu não tenha encontrado informações que apresentem um alinhamento preciso das crateras que existem ao lado de Muller, formadas por Muller, Muller F e ainda outras, temos aqui o que se conhece como Catena.

Catena, catenae (Cadeia de Crateras)

Nome adotado pela U.A.I. (União Astronômica Internacional) para designar uma cadeia de crateras na superfície da lua ou de um planeta. Elas são derivadas do rebote de material do impacto que formou a área da cratera. A Catena Davy (foto inferior) é uma das cadeias de crateras mais espetaculares da Lua, se estende por cerca de 50 quilômetros da borda da antiga cratera Davy Y.

Outras cadeias de crateras são: Catena Abulfeda; Catena Humboldt; Catena Krafft; Catena Littrow; Catena Sylvester; Catena Taruntius; Catena Timocharis.

E suspeito que seja também o caso de Muller, neste caso teríamos uma Catena Muller, mas por enquanto são simples especulações que me reservo ao direito da dúvida.

 

Por Avani Soares

Fonte: Guia de Observação Lunar, Rosely Gregio - REA / Brasil

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Plato e Vallis Alpes - A Lua vista de perto!

 



A região da cratera Plato e Vallis Alpes é sempre um alvo muito interessante para observação e registro. Plato com seus 101 km de diâmetro é uma cratera diferenciada que apresenta seu piso bastante liso mas com inúmeras e pequenos craterletas em seu interior. É considerada uma das regiões mais escuras da Lua (baixo albedo) 

Ao sul de Plato, uma grande cratera-fantasma com o destaque ainda para o pico isolado na borda Sul, com 2100 metros de altura.

Vallis Alpes é um extenso vale lunar com 130 km e que secciona a cordilheira dos Montes Alpes, com picos que chegam a 2600 metros de altura. 

No centro do vale, uma formação que é um desafio permanente para registrar, pois trata-se de uma rille muito estreita (pouco mais de 500 metros) , um verdadeiro teste para a resolução dos telescópios e de contar com uma posição favorável de iluminação, que foi possível obter nesta noite de 12/Dez, com a luz solar incidindo num ângulo bem baixo e quase no limite da resolução do meu newtoniano. No box, uma ampliação desta região.

Tele GSO 305 mm em f/12, câmera ASI290MM


Por Conrado Serodio.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

domingo, 27 de junho de 2021

Eclipses Lunares: como registrar suas observações e contribuir com a ciência

Quem gosta de observar a Lua, normalmente também gosta de fazê-lo quando ocorre um eclipse lunar e registrar o fenômeno com belas fotos. Porém, você sabia que pode contribuir ainda mais para a ciência ao realizar uma observação sistematizada? Que o registro dos dados do fenômeno pode contribuir para as previsões dos próximos eclipses lunares, para calcular o raio da sombra da Terra e também na compreensão da influência da atmosfera da Terra nas características visuais da Lua eclipsada?

Todo esse processo sistematizado para realizar este tipo de observação do eclipse lunar é explicado, passo a passo, no Manual de Observação de Eclipses Lunares elaborado pelo físico Helio de Carvalho Vital. Neste documento, você conhecerá detalhadamente como planejar-se para observar e registrar o evento, que materiais serão necessários, conhecer e aplicar um dos métodos para realizar as estimativas de magnitude visual da Lua durante o eclipse, como cronometrar, fotografar, filmar e quais esboços da Lua devem ser feitos, além, é claro, do mais importante: compartilhar suas observações, não só com a comunidade, mas também com o Portal de Eclipses Lunissolar.

Figura 1 - Helio Vital é graduado em Física, possuindo mestrado e doutorado (PhD) em Engenharia Nuclear, tendo cursado a maioria das disciplinas do curso de Astronomia da UFRJ. Ele tem concentrado seus esforços na previsão, observação e análise de eclipses da Lua e do Sol e de trânsitos, bem como à fotografia do céu − em especial ao pôr do Sol, incluindo fenômenos atmosféricos e tipos especiais de nuvens. Algumas de suas fotos, como aquelas que mostraram as cinzas do vulcão Calbuco passando sobre o Rio de Janeiro em abril de 2015, além de outras que exibem tipos raros de nuvens ou constituem registros precoces de Mercúrio e Vênus, têm recebido destaque nos portais SpaceWeather da NASA e do EarthSky. Helio também se dedica à Computação Astronômica e à Astrofísica, já tendo observado sistematicamente planetas, cometas e variáveis.

O físico relata que tem aprendido muito sobre os eclipses lunares, analisando observações de seus colegas e dele próprio. Em sua pesquisa, ele utiliza programas de alta precisão, que desenvolveu e aperfeiçoou ao longo de vários anos para compreender melhor esses eventos. Além disso, tem buscado aprimorar as correlações inéditas que deduziu para prever o brilho da Lua durante eclipses lunares totais, considerando inclusive a influência de erupções vulcânicas. Essa pesquisa já foi inclusive alvo de um artigo, intitulado “Lunar Eclipse Science”, escrito pelo astrônomo Tony Flanders para a Revista Sky & Telescope. Utilizando seus programas, Helio analisou diversas cronometragens de observadorares, com o objetivo de determinar, compreender e prever a contribuição da atmosfera no raio da sombra da Terra, a qual varia de um eclipse para outro. Tal esforço observacional já recebeu várias citações em artigos publicados na revista Sky & Telescope e em outros periódicos. 

Desde 1990, o pesquisador coordena a Seção de Eclipses Lunissolares da Rede de Astronomia Observacional Brasileira (REA/BRASIL), tendo se tornado um especialista em eclipses lunares. Por ocasião desses eventos, ele tem elaborado e divulgado projetos observacionais, realizando, coletando e analisando observações de eclipses e posteriormente divulgando seus achados. Helio tem pesquisado os complexos mecanismos que determinam as dimensões e configurações de luz e cor que o cone de sombra da Terra produz ao se projetar sobre a tela lunar. Alguns dos 12 trabalhos que publicou no periódico da REA e em seu portal Lunissolar já foram citados em artigos de astrônomos profissionais alemães e numa obra sobre Astronomia Prática. Ele ainda pretende escrever um livro sobre observação e previsibilidade de eclipses lunares.

Os programas de alta precisão que desenvolveu para previsão de ocultações lunares e trânsitos solares estão disponíveis no Lunissolar, o Portal de Eclipses da REA. Esse último, único do tipo disponível na Internet, está sendo utilizado pelo renomado astrônomo Costantino Sigismondi no estudo de variações no diâmetro solar. O sólido conhecimento adquirido em sua pesquisa capacitou o físico a realizar previsões inéditas sobre as características desses eventos, dentre elas, a de que o eclipse lunar total de 28 de setembro de 2015 seria obscurecido significativamente por cinzas vulcânicas emitidas pelo vulcão chileno Calbuco, cuja passagem sobre o Rio, ele havia registrado e quantificado em abril, concluindo que elas se encontravam na estratosfera. Helio então previu a curva de brilho da Lua para o evento, a qual foi confirmada com exatidão por observações, como reconheceu um portal alemão especialista em eclipses lunares, ao afirmar: “surpreendentemente o Efeito Calbuco havia sido previsto com precisão pelo brasileiro Helio C. Vital, especialista em eclipses lunares”. Nessa ocasião, ele foi o único que, ao invés de abordar o Efeito Super Lua, uma mera curiosidade desprovida de importância científica, previu o Efeito Calbuco, o que constituiu uma façanha inédita em nível global. 

Figura 2 - Portal de Eclipses Lunissolar

Helio Vital acredita que a maioria dos astrônomos amadores ignore o fato de que é possível contribuir cientificamente, observando até mesmo a olho nu. Ele lembra que, embora possua um telescópio Celestron 8, com o qual, em maio de 2016, fotografou Plutão, prefere observar eclipses e realizar cronometragens com um modesto refrator de 60mm de abertura (f/13,3), estimando o brilho da Lua com binóculos e a olho nu. 

O trabalho do astrônomo tem contribuído significativamente para aprofundar a compreensão sobre eclipses lunares, já tendo sido reconhecido por renomados especialistas, dentre eles, os americanos Roger Sinnott e Tony Flanders (astrônomos, editores da revista Sky & Telescope) e Richard Keen (cientista atmosférico), além de Byron Soulsby (engenheiro e astrônomo australiano, já falecido).

Gostaria também de poder contribuir para a ciência? Registre as suas observações de eclipses lunares conforme explicado no manual citado anteriormente e as envie para o Portal Lunissolar, por meio do email lunissolar@gmail.com.

Referências:

(1) VITAL, Helio C. Perfil do Astrônomo. 02 jun. 2016. Entrevista concedida por meio de formulário eletrônico à Aléxia Lage de Faria. Acesso em: 27 jun. 2021.

(2) VITAL, Helio de Carvalho. Portal Lunissolar do REA. Lunissolar. Disponível em: <http://www.geocities.ws/lunissolar2003/>. Acesso em: 27 jun. 2021.

(3) VITAL, Helio C. A Observação de Eclipses Lunares. 2019. Disponível em: <http://www.geocities.ws/lunissolar2003/Manual_Observacao_Eclipses_Lunares.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2021.


domingo, 20 de junho de 2021

Cratera Hyginys

 


A maioria das crateras lunares são crateras de impacto, porém a cratera Hyginus (localizada a 7,75 ° N, 6,27 ° E, Sinus Medii) é uma cratera vulcânica conhecida como caldeira. Duas evidências importantes sugerem que Hyginus foi formado por processos vulcânicos. Primeiro, Hyginus não tem uma borda no relevo típico das crateras de impacto. Em segundo lugar, o anel Hyginus é irregular (não circular), o que é típico de crateras causadas por colapso. Além disso, se você olhar atentamente para uma imagem LROC NAC (em anexo), o interior de Higinus tem numerosas pequenas depressões irregulares com maior probabilidade de apresentar características de colapso, indicando uma origem vulcânica para Hyginus. Essas depressões são irregulares na imagem apresentada, distinguindo-se por um material robusto de alta refletância em suas bordas.

Toda a região de Hyginus, mostrada na foto é uma parte complexa da geologia lunar. Você não tem apenas a cratera vulcânica Hyginus, mas também Rima Higinus, um canal linear, crateras vulcânicas colapsadas alinhadas com o canal linear e depósitos piroclásticos ao redor da cratera Hyginus.

Como todas as características geológicas se relacionam entre si?

A região de Hyginus é tão incrível que ele era uma candidata a local de pouso até o cancelamento da missão da Apollo 19. Se fosse diferente, saberíamos muito mais sobre os materiais piroclásticos e a caldeira Hyginus.

Em um estudo recente, os cientistas propuseram um modelo de treinamento para Hyginus e Rima Hyginus. Em primeiro lugar, uma porção de magma do manto subiu verticalmente através da crosta lunar. O magma parou de subir próximo à superfície e se espalhou lateralmente. Essa nova injeção de material abaixo da superfície causou grande estresse na crosta, resultando em uma falha. Eventualmente, o material magmático original construído sob a superfície aumentou ainda mais a pressão do gás, aumentando assim a pressão na crosta.

Esses esforços eventualmente causaram o Graben que se formou ao longo da falha e, ainda assim, a liberação do estresse deu início a uma erupção incluindo materiais piroclásticos. Após a erupção do material magmático, uma cavidade vazia abaixo da superfície foi deixada para trás. Esta cavidade entrou em colapso, criando a cratera Hyginus. As crateras ao longo de um canal linear também foram formadas de maneira semelhante.

PS: Graben ou fossa tectônica é o nome dado na geologia estrutural a uma depressão de origem tectônica, geralmente na forma de um vale alongado com fundo plano, formado quando um bloco de terra é afundado no território circundante como resultado dos movimentos combinados falhas paralelas ou quase paralelas.


Fonte: Sarah Braden - LROC News System

Texto: Fernando Alves Rosa Junior e Avani Soares


domingo, 23 de maio de 2021

Aplicativo: Daff Lua

Apesar do seu nome, este aplicativo exibe informações sobre a Lua, o Sol e os principais planetas. Entretanto, a análise se restringirá às informações sobre a Lua. Estão disponíveis dados como o calendário com as fases lunares, eclipses lunares, horários de nascer, trânsitos e ocaso, altitude e azimute, entre outros.

Primeiramente, serão apresentadas as funcionalidades do aplicativo e, posteriormente, uma análise sobre ele. 

Desenvolvedor: Evgeny Fedorischenko
Sistema: Android 4.0 ou superior
Versão analisada: 3.05
Licença: Gratuita, sem propagandas
Nota no Google Play: 4,9



Daff Lua possui algumas funcionalidades que podem ser úteis para se obter informações básicas a respeito do nosso satélite natural, como por exemplo, as mostradas na Figura 1. Para um determinado dia e horário e conforme a localidade escolhida, pode-se visualizar:

- a hora do nascer, do ocaso e do trânsito, 
- a idade dentro da lunação, 
- a altura e o azimute, 
- o percentual iluminado da Lua, 
- a constelação zodiacal em que ela se encontra no momento (abreviadamente denominada como Zodíaco) e 
- a distância em que se acha em relação à Terra. 

A partir desta tela, pode-se ter acesso a outras funcionalidades. Pouco acima do campo Nasc, acha-se se um ícone de um i. Clique nele para informações adicionais sobre a Lua. Além das informações exibidas na tela principal, foram acrescentadas (Figura 2):

- Horário do Trânsito Inferior
- Data e horário sobre as fases anterior e posterior à fase atual da Lua
- Ascensão Reta
- Declinação
- Latitude e longitude
- Diâmetro aparente da Lua
- Elongação

Além disso, pode-se visualizar a passagem da Lua na esfera celeste (Figura 3), clicando no ícone acima do campo Ocaso, no lado esquerdo. 

Existem outras funcionalidades que podem ser exploradas no aplicativo. Para isso, basta clicar no ícone de 3 linhas, no alto do aplicativo (Figura 4). A primeira opção são as Fases, como a visualização das fases da Lua em um determinado mês (Figura 5) ou ano (Figura 6).


Continuando a escolher as opções mostradas na Figura 4, pela ordem, tem-se Superlua, em que pode-se visualizar quando irão ocorrer as luas cheias próximas ao perigeu (Figura 7);  Perigeu/Apogeu, na qual são informadas as datas e horários de ocorrência de perigeu e apogeu da Lua (Figura 8), assim como um gráfico mostrando essas passagens pelo perigeu e apogeu e a posição atual da Lua; Passagem da Lua, na qual são mostradas as datas e horários de passagem da Lua nos nodos ascendentes e descendentes (Figura 9), assim como um gráfico que exibe esses pontos e a posição em que a Lua se encontra no momento em relação a eles. 


Continuando a escolher as opções mostradas na Figura 4, tem-se agora o Globo Lunar. Ao clicar sobre esta opção, o globo da Lua será exibido (Figura 10). Utilizando-se o dedo, pode-se rotacionar a Lua para qualquer posição que se queira (Figura 11). Para ampliar a imagem, basta clicar no ícone + e a partir de certo ponto, começará a ser exibido o mapa lunar com seu relevo, havendo indicações em português dos pontos mais importantes (Figura 12). Para reduzir o tamanho da imagem, basta clicar no ícone -



A Figura 13 mostra a opção Nascer/Ocaso. Ao selecioná-la, serão exibidas os horários de nascer,  trânsito e ocaso lunares para cada dia em um determinado mês (Figura 14).

A Figura 15 mostra a opção Eclipses. Ao selecioná-las, serão exibidos os tipos de eclipses que ocorrerão no ano, as datas, se serão visíveis na localidade predefinida no aplicativo, assim como se serão visualizados nesta mesma localidade (Figura 16). Ainda nessa mesma tela, ao se clicar sobre a opção Mais... serão detalhadas as informações específicas para aquele evento em especial (Figura 17). Ainda nessa tela, ao clicar-se na seta, será mostrado um diagrama detalhado mostrando-se o eclipse. 


A Figura 18 mostra a opção Diagrama de Altitude. Ao selecioná-la, será mostrado um diagrama de altitude da Lua durante todo o dia. O traço vertical verde mostra onde ela está localizada naquele momento (Figura 19). Se se selecionar a opção Máximo Diário nessa tela, será exibido o diagrama de altitude indicando os máximos diários, havendo o mesmo traço vertical verde, que mostra onde ela está situada naquele momento (Figura 20). 

Como podemos ver, o aplicativo possui funcionalidades, de uma maneira geral, que são úteis para sua utilização no dia a dia. Possui um uso intuitivo, com boa usabilidade, é gratuito e versão disponível para Android. O desenvolvedor informa na opção Sobre do aplicativo, que os mapas dos eclipses foram calculados utilizando-se as informações disponíveis no site Solar, Lunar and Planets Ephemerides [2], no qual é informado que as fórmulas utilizadas nos cálculos são as que se encontram descritas no livro "Calculs Astronomiques à l’usage des amateurs" de autoria de Jean Meeus. Meeus, juntamente com Fred Espenak, são responsáveis por gerar estatísticas e catálogos diversos para a NASA, dentre eles, aquele que contém mapas globais detalhados para cada um dos 12 064 eclipses lunares, compreendidos no período de cinco milênios (de 2.000 aC a 3.000 dC) [3]. Os catálogos de estrelas que o aplicativo utiliza são advindos do site MidnightKite [4], do professor Ph.D. Dan Bruton, do Departamento de Física e  Astronomia da ‎Universidade Estadual Stephen F. Austin‎, o qual oferece gratuitamente cartas estelares. Entretanto, não está muito clara qual a fonte dos dados que o aplicativo utiliza para a Lua ou dos algoritmos utilizados para gerar outras informações sobre ela. Ao que parece, pelas livros que o desenvolvedor indica, dentre eles estaria o "Algoritmos Astronômicos" de Meeus, que pode ter sido utilizado como base para o desenvolvimento do seu aplicativo. Assim, sugere-se uma certa cautela na utilização deste aplicativo quando se necessita de informações acuradas para determinados eventos lunares. Nesse caso, recomenda-se verificar os dados em fontes confiáveis e fazer uma comparação com os dados do aplicativo para checar a sua precisão. 

Outro ponto que gostaria de destacar são certas terminologias utilizadas, que eu particularmente acredito que podem ter sido geradas no momento de tradução do aplicativo para a nossa língua. A utilização da palavra Constelação em vez de Zodíaco (quando se mostra em qual constelação a Lua se localiza naquele momento), Diagrama de Altura em vez de Diagrama de Altitude (quando se quer demonstrar a que altura que a Lua se encontra) e Lua Cheia no perigeu (ou próxima ao perigeu) em vez de Superlua, seriam denominações mais apropriadas para se utilizar no aplicativo. Adicionalmente, acredito que seria melhor que os nomes do relevo lunar não fossem traduzidos, utilizando-se os seus nomes originais em latim. 

Por fim, para alguns pode ser um ponto negativo não existir versão deste aplicativo para iOS (Iphone). De uma forma geral, do meu ponto de vista, este aplicativo pode ser qualificado com a pontuação 3 (em 5). Aprimoramentos futuros podem modificar essa pontuação. 

Referências:

[1] FEDORISCHENKO, Evgeny. Daff Lua – Apps no Google Play. Versão 3.05. Android 4.0 ou superior: [s. n.], 07 mai. 2021. Android 4.0 ou superior. Aplicativo.

[2] JUBIER, Xavier M. Solar, Lunar and Planets Ephemerides. França, 2021. Disponível em: http://xjubier.free.fr/en/site_pages/astronomy/ephemerides.html. Acesso em: 22 maio 2021.

[3] ESPENAK, Fred; MEEUS, Jean. Five Millennium Canon of Lunar Eclipses: -1999 to +3000. [S. l.], 2009. Disponível em: https://eclipse.gsfc.nasa.gov/SEpubs/5MCLE.html. Acesso em: 22 maio 2021.

[4] BRUTON, Dan. Free Star Charts. [S. l.], [s. d.]. Disponível em: http://www.midnightkite.com/. Acesso em: 22 maio 2021.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Eclipse Lunar Total 26/05/2021


O eclipse total não poderá ser observado do Brasil, mas algumas cidades poderão acompanhar o seu início. Em Manaus, por exemplo, o início do eclipse parcial poderá ser observado a partir de 05:44 horário local, mas como a Lua estará a menos de 3o do horizonte se pondo no horizonte cerca de 14 minutos depois, pouca coisa poderá ser realmente observada. Em Porto Alegre o início será de 06:44 com a Lua a cerca de de 4o, o máximo local será às 07:03, instantes antes da Lua se pôr. Infelizmente a maior parte do país só poderá observar o eclipse penumbral, que dificilmente pode ser percebido.

Os melhores locais para observação desse eclipse serão na Nova Zelândia e leste da Austrália. Observadores localizados em cidades a oeste da América do Sul como Santigo no Chile e Lima no Peru poderão ver parte do eclipse total, com a Lua se ponto totalmente eclipsada. Cidades a oeste dos Estados Unidos e México como Los Angeles e Cidade do México também poderão ver a totalidade, mesmo a Lua já estando baixa no horizonte.



Ratificando que a totalidade do eclipse não será observada no Brasil. 


         Figura 10: Mapa do eclipse lunar 26/05/2021. Fonte: https://www.timeanddate.com/eclipse/lunar/2019-january-21

quarta-feira, 5 de maio de 2021

PLANALTO ARISTARCHUS

 


L22 - Planalto Aristarchus - Misteriosa região elevada coberta de piroclásticos 26,0N 51,0 W

Acho que nessa altura do campeonato eu já fotografei quase todos os objetos da lista lunar do meu bom amigo Chuck Wood (https://en.wikipedia.org/wiki/Lunar_100). Para ser honesto, nunca me preocupei em cumprir a lista, apenas vou fazendo fotos de locais que considero interessantes, porém seria um projeto extremamente interessante cumprir todos os 100 objetivos em alta resolução com equipamentos amadores.

Quem olha essa foto e vê, a beleza de Plateau Aristarchus junto as duas crateras que o acompanham, nem repara no dome Herodotus Omega, na verdade maioria de nós coloca a observação do céu profundo em espera quando o brilho lunar se intromete nos céus escuros. Mas porque ao invés de limitar seu telescópio, não aproveita para observar a própria Lua? A fase de Lua crescente, é um bom momento para se familiarizar com uma das características mais evocativas do nosso satélite: suas cúpulas.

Muitas das paisagens características da Lua foram criadas pelo impacto. Crateras, raios, cordilheiras, mares e bacias abundam. As cúpulas lunares são diferentes. Elas se formaram como resultado do próprio vulcanismo interno da Lua. Semelhante aos vulcões de escudo na Islândia e Hawai (incluindo Mauna Kea na Grande Ilha) além de Olympus Mons em Marte, elas se formam quando lavas altamente fluidas brotam através de uma caldeira central na superfície. Elas são quase todas de baixa explosividade, ao contrário de seus primos, os estratovulcões terrestres mais violentos que ocupam as manchetes.

Como uma folha empilhada após outra, depois da lava escorrer por baixo da crosta, uma cúpula vai se acumulando lentamente ao longo do tempo, forma um montículo largo e suavemente inclinado parecendo um escudo de guerreiro com um centro elevado e uma borda inferior. Os vulcões de escudo podem ser pequenos, como as variedades islandesas e lunares, ou largos e enormes, como Olympus Mons. Uma cúpula lunar típica mede entre 5 e 7,5 milhas (8-12 km) de diâmetro com um pico ou caldeira ~ 900 pés (~ 300 metros) de altura. As encostas são muito suaves com apenas alguns graus.

Mais de 300 cúpulas lunares são conhecidas, muitas visíveis em telescópios amadores com aberturas de 3 polegadas para cima. Existem dois requisitos chave para a boa observação de uma cúpula - boa estabilidade atmosférica (seeing) e observar a cúpula perto do terminador pouco depois do nascer do sol lunar ou antes do pôr-do-sol como foi feito nessa foto com Herodotus Omega.

A maioria das cúpulas são características sutis e de baixo contraste que se tornam escaldantes com seeing pobre. Luz baixa, produz longas sombras nos picos e bordas das crateras, e faz com que suas formas suavemente inclinadas tenham o melhor contraste. Você irá ficar mais animado quando puder ver a caldeira. Ao ver o buraco da cúpula, você realmente vê uma cúpula pelo que ela é: um vulcão anteriormente ativo nos dias que a lua ainda tinha uma atividade geológica intensa.

Cerca de 60 km a sudoeste da Cratera Herodotus no Oceanus Procellarum é facil encontrar Herodotus Omega. Uma cúpula de 6 milhas de largura (10 km) coberta por uma caldeira no cume, visível em bom seeing mesmo com um modesto telescópio usando alta potência.

Na próxima vez que você for observar a Lua próximo ao terminadouro, não esqueça de prestar atenção a essas formas arredondadas que se destacam facilmente em relação ao terreno circundante, não deixe de lembrar que um dia a Lua teve seus vulcões ativos e mesmo hoje está longe de ser o mundo morto que muitos acreditam.



Fonte: Lunar 100 - Chuck Woods

Sky and Telescope - Um pequeno guia para cúpulas lunares - Bob King

Wikipedia - Lunar Dome

Adaptação e texto: Avani Soares

quarta-feira, 21 de abril de 2021

PLENILÚNIO DE PERIGEU - 26 DE ABRIL 2021

           
Na próxima terça-feira, dia 27 (abril de 2021), a Lua alcança o ponto mais próximo de nós, conhecido como perigeu.

O movimento da Lua em torno do nosso planeta é conhecido como revolução. Esta órbita possui uma pequena excentricidade, ou seja, não é um círculo perfeito, apresentando assim um formato elíptico. Nas extremidades de menor diâmetro desta elipse é onde encontramos a região de perigeu. Quando a Lua Cheia (Plenilúnio) coincide com estes pontos temos o que é conhecido como plenilúnio de perigeu. As fases da Lua não são sincronizadas com estes pontos, e ocasionalmente coincide com a Lua Cheia nestas regiões. 



No perigeu de terça-feira, a Lua estará a uma distância de 357.378 km de distância da Terra, bem mais próxima de nós que a maior distância atingida, conhecida como apogeu e que será de 406.512 km. O diâmetro angular aparente da Lua é de cerca de meio grau, ou seja, 30 minutos de arco. No perigeu do dia 27 este diâmetro será de 33,6* minutos de arco aproximadamente. Teremos uma Lua aparentemente maior, principalmente para os observadores já acostumados. Embora o perigeu ocorra no dia 27, na noite de segunda-feira a Lua já estará bem próxima de nós, favorecendo sua observação. 




* Stellarium

domingo, 18 de abril de 2021

URCA E CRISTO REDENTOR - Foto de Carlos Ayres e texto de Andrés Esteban de la Plaza

A imagem abaixo faz parte de uma sequência de três fotos registrada por Carlos Ayres, Professor de História, Analista de sistemas, Astrofotógrafo, Astrônomo Amador, membro da Comissão Lunar da UBA (União Brasileira de Astronomia) e Presidente do CARJ (Clube de Astronomia do Rio de Janeiro). O registro foi feito no dia 10 de janeiro de 2019, finalizando por volta das 22h 13m. Bairro da Urca, no Rio de Janeiro. Uma profícua análise da foto realizada pelo engenheiro Andrés Esteban de la Plaza, também membro da Comissão Lunar da UBA, proporcionou uma riqueza de informações, nos guiando na matemática que a Astronomia (e a astrofotografia) pode nos proporcionar. 

Para acompanhar o estudo e as imagens na íntegra, baixe o arquivo em PDF disponibilizado pelos autores, basta clicar na imagem que será direcionado para o download.



terça-feira, 13 de abril de 2021

Cratera Santos-Dumont

Olhe para essa imagem! Impossível não se sentir maravilhado com esse canto da Lua. Canto, que na verdade, fica quase no centro. Nesse cenário fantástico, nossa pobre Santos Dumont passa quase despercebida pois, tanto os Apenninus Mons com as diversas Rimas que serpenteiam pela paisagem roubam a primeira visada de qualquer observador. Mesmo assim queremos render nosso tributo aquele que foi sem dúvida um dos maiores brasileiros e que tanto nos enche de orgulho. Santos-Dumont é uma cratera de impacto com formato circular, considerada pequena, com seus aproximados 8 Km de diâmetro e 2 Km de profundidade, facilmente encontrada se nos guiarmos pela borda leste do Mare Imbrium, localizada num acume dos Montes Apenninus, no centro próxima ao norte da Lua (coordenadas selenográficas de 27.7° N e 4.8° E). A cratera se encontra, aproximadamente, 60 Km de distância de onde a Missão Apollo 15 fez seu pouso em 1971 (na ordem, a quarta Missão a pousar no solo lunar e a primeira a usar um Rover Lunar com intuito de explorar o satélite natural terrestre), o módulo lunar Falcon pousou na Lua com os astronautas David Scott (1932) e James Irwin (1930 – 1991) na região de Hadley-Apeninos, já o astronauta Alfred Worden (1932 - 2020) permaneceu em órbita ao redor da Lua durante a missão, durando um total de 3 dias de missão no satélite. Nomeada no ano de 1973 pela International Astronomical Union (IAU), Santos-Dumont foi a primeira cratera lunar que recebeu o nome de um brasileiro (tendo mais duas no lado oculto da Lua, em que uma delas é De Moraes) e única no lado visível. A homenagem foi ao Alberto Santos-Dumont (1873 - 1932), engenheiro aeronáutico e inventor brasileiro, conhecido como “O Pai da Aviação” por ser um dos precursores do avião, deixou seu legado, pois criou o Balão Brasil (dirigível com motor à gasolina), o famoso avião 14-Bis e o Demoiselle. A cratera Santos Dumont era, inicialmente, conhecida por Hadley B, antes da sua última nomeação que, teve influência da primeira mulher aviadora brasileira, Anésia Pinheiro Machado (1902 - 1999). Um fato interessante sobre a nomeação da cratera é a data, 20 de julho de 1973, mesmo dia do centenário de Alberto Santos-Dumont e, também, aniversário de seu pai, Henrique Dumont, além de ser a mesma data em que completava 4 anos que o astronauta Neil Alden Armstrong (1930 – 2012) pisou no solo lunar pela primeira vez, no ano de 1969. 


Link Astrobin: https://www.astrobin.com/t8xdhh/ Foto: Avani Soares Texto: Liza Bruna – Avani Soares.

Ptolomeaus e Albategnius - Por Conrado Serodio


 Finalmente uma noite um pouco mais aberta, permitindo registrar duas “gerações” de crateras no quadrante sudeste lunar : Ptolomeaus, à esquerda da imagem (da Era Pré Nectariana ~ 4,5 bilhões de anos) e Albategnius (era Nectariana ~3,8 bilhões de anos, período em que ocorreu o LHB – Bombardeio Pesado Tardio sobre a Lua).

Albategnius , com 136 km de diâmetro e 3100 metros de profundidade é uma cratera de impacto de morfologia complexa, com formato quase hexagonal e que apresenta paredes altas fortemente erodidas por impactos e desmoronamentos posteriores . Suas encostas íngremes são crivadas de impactos maiores e menores, com destaque para a cratera Klein com 45 km sobreposta aos muros de Albategnius e mais jovem do que esta. No piso de Albategnius é possível observar inúmeras craterletas e depressões rasas. O pico central de Albategnius eleva-se por cerca de 1,7 Km em relação ao piso interno e apresenta um minúsculo impacto em sua ponta.

Já Ptolomeaus ( 154 km de diâmetro) se assemelha ao que se denomina uma “planície murada”, destacando-se a grande quantidade de craterletas em seu piso. No lado externo superior de Ptlomeaus, um clássico exemplo de “catena” (cadeia) de pequenas crateras sequenciais, cuja origem é atribuída ao seguido rebote de escombros durante o impacto de formação de outras crateras maiores.

 Tele GSO 305 mm @ f/12, câmera ASI290MM – Santana de Parnaíba – SP

segunda-feira, 1 de março de 2021

Cratera Plato e Vallis Alpes - Por Conrado Serodio



Registro em 20 Fev da cratera Plato (Platão) e Vallis Alpes, formações de interesse no quadrante Noroeste lunar. Plato, com 101 km de diâmetro apresenta um piso extremamente plano, com apenas uma pequena cratera central e uma parte da parede oeste colapsada.

Vallis Alpes, com 130 km de extensão e largura variável de até 11 km , encravado na cordilheira dos Montes Alpes que apresenta picos de até 3.300 metros de altura. No centro de Vallis Alpes, uma rima de 700 metros de largura, cujo registro é sempre um desafio.

No box, o perfil altimétrico A – B , via Moon Trek (JPL/Caltech/NASA) 

Tele GSO 305 mm @ f/12, câmera ASI290MM.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

50 anos da Apollo 14

  


Há cinqüenta anos atrás, (7 de fevereiro de 1971), a tripulação da Apollo 14 deixava a órbita lunar e se dirigia para casa . Eles assistiram a este "nascer da Terra" ao passo em que se preparavam para orbitar a Lua em seu módulo de comando Kittyhawk. A Terra aparece em uma fase crescente. O terreno com crateras em primeiro plano está ao longo do lado lunar. Claro, enquanto orbita a Lua, a tripulação pôde observar a Terra subir e se pôr. As amostras de rocha coletadas na região de Fra Mauro (local de pouso da missão) incluíam uma rocha de cerca de 10 kg, apelidada de Big Bertha, contendo um provável fragmento de um meteorito do planeta Terra.

Cratera Tycho - Por Carlos Palhares

 


Próxima ao polo sul lunar, a cratera Tycho, homenagem ao astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, é uma das formações do nosso satélite natural mais facilmente observadas a olho nu durante a lua cheia, devido principalmente a seu enorme sistema de raios que se estendem por mais de 1.500 km e se formaram durante o impacto que originou a cratera, há cerca de 108 milhões de anos.

Abaixo da foto principal temos o perfil altimetrico do ponto A ao ponto B, numa simulação feita no Quickmap (https://quickmap.lroc.asu.edu/) , destacando as diferentes alturas entre as bordas e seu distinto pico central.

Equipamento: Celestron SCT C8 em F10, ASI290mc em foco direto, filtro UV-IR cut.


Carlos Alberto Palhares - Observatório Zênite

Monte Carmelo

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Seja um colaborador da Comissão Lunar da União Brasileira de Astronomia!

Uma novidade para esta temporada de observações é a captação de novos colaboradores junto à Comissão Lunar. Para facilitar este processo utilizamos do FORMULÁRIO ONLINE DE CASTRO DE NOVOS COLABORADORES (AS)

 

A Comissão de Estudos Lunares é dividida em cinco Núcleos: Núcleo de Eclipses, Núcleo de Ocultações (estrelas e planetas), Núcleo de TLP (Transient Lunar Phenomena) e Núcleo de Topografia Lunar.

As atribuições desta Comissão são:

- Produzir artigos tutoriais e campanhas para estimular observações de eclipses lunares (inclusive penumbrais) (Núcleo de Eclipses).

- Estimular campanhas de registros de ocultações envolvendo a Lua (estelares e planetárias), trabalhando em conjunto com outras comissões (Núcleo de Ocultações);

- Orientar observadores a enviarem seus registros observacionais;

- Acompanhar e registrar os fenômenos lunares transitórios (TLP) e, juntamente com outras comissões, alertas para a possibilidade de ocorrências de impacto de meteoroides na superfície lunar e sugerir métodos de captação (Núcleo de TLP - Transient Lunar Phenomena).

- Estimular estudos da topografia lunar através de observações e posterior criação de atlas com registros desta Comissão (Núcleo de Topografia);

- Cumprir rigorosamente todos os prazos para envio de publicações e registros observacionais; 

Após o preenchimento do formulário, declarando o desejo em atuar de forma colaborativa com a Comissão, será realizado um teste de conhecimentos sobre a Lua, para melhor definir em qual dos núcleos acima o interessado será inserido.

O objetivo principal da Comissão Lunar é fomentar a observação e registro das efemérides relacionadas aos núcleos citados, tendo como produto final a elaboração de artigo contendo estes registros assim como campanhas observacionais relacionadas a eclipses, ocultações pela Lua, TLP e topografia.

Todos os colaboradores deverão registrar suas observações atendendo os campos de preenchimento de cada formulário, dando um caráter sólido, fidedigno e confiável às informações. Tabelas de dados têm sido elaboradas e disponibilizadas dentro de seus respectivos núcleos.

Assim, se você gosta de astronomia, já possui alguma experiência em observação da Lua, junte-se a nós da Comissão Lunar e se torne um COLABORADOR

 

Para efetuar seu cadastro e tornar-se um colaborador, clique aqui

  

Gilberto de Melo Dumont

Coordenador da Comissão de Estudos Lunares da U.B.A.

Diretor do Observatório de Astronomia de Patos de Minas/MG


segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Lua, Nosso Satélite Natural

 



Características da superfície lunar:

 

As áreas claras da Lua são conhecidas como as terras altas.  As características escuras, chamadas maria (latim para mares), são bacias de impacto que foram preenchidas com lava entre 4,2 e 1,2 bilhões de anos atrás.  Essas áreas claras e escuras representam rochas de diferentes composições e idades, que fornecem evidências de como a crosta inicial, pode ter se cristalizada a partir de um oceano de magma lunar. 

 

As próprias crateras, que foram preservadas por bilhões de anos, fornecem uma história de impacto para a Lua e outros corpos do Sistema Solar interno.

 

Origens da Lua:

 

A principal teoria da origem da Lua é que um corpo do tamanho de Marte colidiu com a Terra há aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás, e os detritos resultantes da Terra e do corpo que se chocou, se acumularam para formar nosso satélite natural. 

 

A Lua recém-formada estava em um estado de fusão.  Em cerca de 100 milhões de anos, a maior parte do “oceano magma” cristalizou, com rochas menos densas, flutuando para cima e eventualmente formando a crosta lunar.

 

A Lua primitiva pode ter desenvolvido um dínamo interno, o mecanismo para os campos magnéticos globais dos planetas terrestres.  Desde os tempos antigos do vulcanismo, a Lua árida e sem vida, permaneceu praticamente inalterada. 

 

Com uma atmosfera praticante inexistente para impedir impactos, uma chuva constante de asteroides, meteoroides e cometas atinge a superfície.  Ao longo de bilhões de anos, a superfície foi moída em fragmentos que variam de enormes pedregulhos a pó, e coberta de crateras de impacto de diferentes tamanhos.

 

Quase toda a Lua está coberta por uma pilha de escombros de pó de cor cinza-carvão e detritos rochosos, chamados regolito lunar. 

Também existem regiões de rochas fraturadas, denominadas megarególito.

 

A Exploração da Lua

 

A Lua foi visitada pela primeira vez pela Luna 1 e 2 da União Soviética em 1959. Em abril de 2019, sete nações já haviam sinalizado missões ao nosso satélite natural. Os EUA enviaram três classes de missões robóticas para preparar o caminho para a exploração humana: aa Rangers (1961-1965), que eram sondas de impacto, os orbitadores lunares (1966-1967), que mapearam a superfície para encontrar locais de pouso e os Surveyors (1966-1968), que eram landers.

 

O primeiro pouso humano na Lua foi em 20 de julho de 1969. Durante as missões Apollo de 1969-1972, 12 astronautas americanos caminharam na Lua e usaram um Veículo Lunar Móvel para viajar na superfície e estender seus estudos sobre mecânica do solo, meteoroides, alcance lunar, campos magnéticos e vento solar.  Os astronautas da Apollo trouxeram 382 kg de rocha e solo à Terra para estudo.

 

Após um longo hiato de tempo, a exploração lunar foi retomada na década de 1990, com as missões robóticas dos EUA, Clementine e Lunar Prospector.  Os resultados de ambas as missões, sugeriram que o gelo da água poderia estar presente nos polos lunares, mas um impacto controlado da sonda Prospector não produziu água observável.  Os EUA iniciaram então, uma nova série de missões robóticas lunares, com o lançamento conjunto do Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) e do Lunar Crater Observation and Sensing Satellite (LCROSS) em 2009.

 

Em 2011, um par de naves iniciou a ARTEMIS (Aceleração, Reconexão).  , Turbulência e Eletrodinâmica da Interação da Lua com o Sol- não confundir com a Missão ARTEMIS).

 

Em 2012, a sonda gêmea do Laboratório de Recuperação e Interior de Gravidade (GRAIL), estudou o campo de gravidade da Lua e produziu o mapa de campo de gravidade de maior resolução que qualquer outro corpo celeste.

 

Em março de 2019, o administrador da NASA, JIm Bridenstine, anunciou planos para enviar astronautas dos EUA (homens e mulheres) de volta à superfície da Lua até 2024. É a missão ARTEMIS.

 

A Agência Espacial Européia, Japão, China e Índia, já enviaram missões para explorar a Lua.  A China pousou dois veículos espaciais na superfície, incluindo o primeiro pouso no lado oposto da Lua em 2019. Em uma primeira viagem à Lua, uma empresa privada de Israel, enviou uma espaçonave para pousar lá em abril de 2109. O Beresheet de Israel orbitou com sucesso a Lua, mas ficou perdida durante uma tentativa de pouso. Essa foi a primeira missão feita por uma empresa privada   Nesse ano, a China fará uma nova missão, a Change' 5, que retornará com amostras lunares.

 

Uma das descobertas mais importantes e interessantes sobre a Lua recentemente, e que, indiretamente refere-se ao asteroide que caiu na Terra há cerca de 66 milhões de anos,  provocando a extinção dos dinossauros, tem agora, uma origem conhecida. Um estudo tcheco e norte-americano, revelou que este asteroide, com dez quilômetros de diâmetro e que bateu contra a superfície terrestre, teve sua vez origem numa outra colisão, ocorrida há 160 milhões de anos.

 

O estudo do Southwest Resarch Institute, dirigido por William Bottke, concluiu que, há cerca de 160 milhões de anos, um asteroide com 60 quilômetros de diâmetro bateu no asteroide Baptistina. Este, com 170 quilômetros, fragmentou-se em vários pedaços, formando uma cinturão de asteroides, conhecidos hoje como família Baptistina. Este situa-se entre Marte e Júpiter e, depois do embate, foi composto por 140 mil fragmentos com mais de um quilômetros de diâmetro e 300 com mais de dez quilômetros. Depois da colisão, alguns destes fragmentos circularam pelo Sistema Solar. Calcula-se que a cratera de Chicxulub na península de Yucatán no México, com cerca de 180 quilômetros de diâmetro, provocando a extinção dos dinossauros é consequência indireta do embate de um desses asteroides da família Baptistina.

 

No entanto, antes da Terra, a Lua também foi atingida. A cratera lunar Tycho, com mais de 108 milhões de anos, tem a mesma origem. Outras crateras foram encontradas em Vênus e em Marte. O estudo de sedimentos provou que as crateras tinham elementos em comum. Esta descoberta tem como base o apoio de cálculos de computador, que através dos dados disponíveis, permitiram retrocesso no tempo. A confiabilidade da conclusão está acima dos 90%!

 

"As nossas simulações sugerem que cerca de 20% dos asteroides que estão perto da Terra, podem pertencer à família Baptistina", diz William Bottke. O asteroide mais conhecido como Apophis, com 250 metros, é também o mais temido, uma vez que se calcula que este possa passar perto demais do nosso planeta, em 2036.

 

Texto adaptado: Carlos Ayres