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sábado, 28 de novembro de 2020

BOUSSINGAULT e BOUSSINGAULT A


Impactos aleatórios devem ocasionalmente ser centrados em crateras pré-existentes. Aqui está um dos quase-acidentes mais famosos. Boussingault, perto do pólo sul lunar, é uma cratera dentro de uma cratera. Como ambas são grandes, é fácil ver que ambas são estruturas de impacto - não há dúvidas sobre as possíveis origens vulcânicas de nenhuma delas.

Como se pode ver na foto anexo, é incrível que a cratera interna mais jovem, Boussingault A, tenha causado tão poucos danos à cratera mais antiga ao redor.Também é intrigante que a área do fosso entre os dois seja preenchida com um material de planície lisa que parece revestir as bordas de “A” e, portanto, deve ser mais jovem do que ele. E a cratera menor (K) na borda da junta de Boussingault e “A” parece não ter causado nenhum dano em seu lado direito, mas seu lado esquerdo cobriu a parede de Boussingault e aparentemente fez com que o material caísse em “A”. É notável que às vezes um impacto tremendo produzindo uma cratera com dezenas de quilômetros de diâmetro causa tão poucos danos às suas imediações, e outras vezes causa enormes deslizamentos de terra e despeja grandes quantidades de material ejetado por toda parte.

Fonte: LPOD - Chuck Wood


ANTIGA NEWTON


            Olhando para esta foto com um ângulo de iluminação tão baixo, não pude deixar de me lembrar de Antiga Newton.

Quem conhece a Antiga Newton?

Uma enorme cratera fantasma logo abaixo de Platão?

Pois bem, embora pouco considerada, é desde há muito conhecida como uma fantasma clássica em que permanecem vestígios das suas paredes na forma de Mons Pico e dos Montes Teneriffe.

Bem, olhe para esta foto com calma, veja o grande arco ao redor de Burg! Como você está se sentindo?

Uau! Agora você pensa como eu?

Não parece haver uma velha cratera soterrada?

Essa cratera deve ter tido seu fundo completamente preenchido por lava formando o Lacus Mortis, posteriormente ao sofrer o impacto que originou Burg houve modificações ainda mais profundas.

Até mesmo as fraturas no solo na forma de Rimae parecem lembrar que havia uma cratera de chão fraturado que foi fortemente deformada pelo impacto causado por Burg.

Sim meu amigo, da próxima vez que você olhar para a Lua deve fazer isso com um senso crítico muito pronunciado, muitas coisas devem ser apenas fruto de nossa imaginação, mas quem pode ter certeza ...

Foto e Texto: Avani Soares

OS ARREDORES DE ARAGO


          

             Por Avani Soares

Nessa foto em condições baixíssimas de iluminação podemos ver com facilidade os dois domes de Arago. Arago alpha, na parte superior da cratera, e Arago Beta a esquerda estando parcialmente iluminada. Em Arago Alpha podemos perceber o oríficio central, por onde a Lava deve ter sido expelida durante sua formação a centenas de milhões de anos atrás.

Nunca havia fotografado essa região em angulo tão baixo de iluminação, e duas coisas me chamaram atenção:

 1. A cratera Fantasma Lamont: Para vê-la você precisa de um sol baixo por volta do 5º ou 6º dia de lunação. Lamont é aparentemente o remanescente fantasma de uma pequena bacia de impacto, com vários anéis que foram cobertos por fluxos de lava subsequentes, porém não se encaixa na sequência padrão da morfologia de uma cratera desse porte. Geralmente, os multi-anéis não aparecem até que uma cratera atinja um diâmetro de cerca de 200 milhas. Nessa foto peguei o momento exato em que a imagem da bacia e dos anéis subjacentes aparecem muito bem na superfície do Tranquillitatis.

 2. A Rimae em forma de pena: Se extende da borda de Arago para o sul, se ramificando e formando um conjunto de riles que só se consegue capturar com o Sol no ângulo correto. Normalmente quando você pesquisa Arago, encontra informações abundantes sobre os Domes e quase nada sobre esse Rimae belo e notável.

Uma coisa muito importante a apreender na fotografia lunar é, saber desviar o olhar das formações mais notáveis para perceber a riqueza dos detalhes que podem estar ao seu redor.


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Crateras Copernicus e Stadius - Por Conrado Serodio


 

               Registro da cratera Copernicus em 24/Nov/2020, uma bela e jovem cratera situada no quadrante Noroeste lunar, com 93 km de diâmetro , profundidade de 3400 metros,  montanhas centrais com 1200 metros e paredes terraceadas, uma típica cratera complexa. 

Copernicus, a mais recente cratera de grande porte na Lua, é caracterizada pelos extensos raios de escombros ao seu redor, gerados pela ejecta durante o impacto de formação e marca o início da ultima era selenológica, há 1,8 bilhão de anos atrás. Vale notar as sombras da borda Leste da cratera projetadas sobre o piso. No alto à direita a cratera fantasma Stadius. Telescópio newtoniano GSO 305 mm @ f/12, câmera ASI290MM.

Cratera Tycho - Colaborações de Avani Soares e Carlos Ayres


     Cratera Tycho - Fotografia de Avani Soares




 A CRATERA TYCHO E SEU PICO CENTRAL

 

Texto adaptado: Carlos Ayres 

 

Tycho é uma cratera relativamente jovem, com uma idade estimada em 110 milhões anos, com base na análise de amostras dos raios da cratera, recuperadas durante a missão Apollo 17. Esta idade sugere que o agente de impacto, pode ter sido um membro da Família Baptistina de asteroides, mas como a composição do agente de impacto é desconhecida, esta é apenas uma suposição. 

Ela tem cerca de 82 km de diâmetro. O cume do pico central fica a 2 km acima do piso da cratera. A distância do piso de Tycho até a borda é de cerca de 7,5 km.

Ela é uma proeminente cratera lunar localizada nas colinas próximas ao pólo Sul da Lua, um alvo muito popular entre os astrônomos amadores, As coordenadas lunares dessa cratera são: 43,37 ° S e  348,68 º E. Ela foi batizada em homenagem ao astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546–1601).

A superfície em torno de Tycho é repleta de crateras de vários tamanhos, muitas crateras sobrepondo crateras ainda mais velhas. Algumas das crateras menores, são crateras secundárias, formadas a partir de pedaços maiores ejetados de Tycho. A cratera Tycho é considerada a maior cratera lunar vista na parte visível e pode ser vista perfeitamente a olho nu, durante uma Lua Cheia no Perigeu, como a de hoje.

A cratera é bem definida, ao contrário de crateras mais antigas que foram degradadas por impactos subsequentes. O interior tem um grande albedo, que é proeminente quando o Sol está acima. A cratera é cercada por um bem distinto sistema de raios, com longas formações que se estendem por até 1.500 quilômetros de extensão! Seções destes raios, podem ser observadas mesmo quando Tycho está iluminada apenas pela luz cinérea. 

 

O Complexo do Pico central da Cratera Tycho:

 

O complexo central de pico da cratera Tycho, mostrado aqui nessa montagem que fiz, tem cerca de 15 quilômetros de largura. Em 27 de maio de 2010, o satélite da NASA que orbita a Lua agora, chamado de Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), capturou uma vista de cima para baixo do cume, incluindo a grande pedra vista no cume da montanha que aparece aqui, em duas imagens da NASA. Da base até o cume da montanha, o pico dessa cratera tem cerca de 2,1 km de altura (3 x mais alto que o morro do Corcovado, onde está  Cristo Redentor). 

 

Observe também, o depósito de material fundido por impacto fraturado que circunda essa pedra. Essa pedra tem mais ou menos 100 metros de tamanho!

 

Imagens: 

Avani Soares - Observatório Parsec

Carlos Ayres / NASA - LRO

 

sábado, 14 de novembro de 2020

Foto Lunar de Rodson Morais - Campo Belo - MG

 Foto de Rodson Morais - Campo Belo - MG, participante da programação da Noite Internacional de Observação Lunar com a Comissão Lunar da UBA. Registro em 26 de Julho de 2020, com a Lua já bem próxima de seu quarto-crescente.



Parabéns pelo registro e muito obrigado pela participação Rodson!


Poema lunar de Halliday Fernandes

I –

 

Não se preocupa Lua,

Se a luz te toca,

É tua.

 

II-

 

Eu sozinho em quarentena,

Ela além do meu planeta

Dias de loira e de morena

A janela é minha luneta.



Halliday Fernandes de Almeida

Senador Pompéu - CE - Brasil

Poema Lunar (Piso Terráqueo) de Isabely de Moraes - São João - PE

 

Piso terráqueo

 

Em um dia tão nublado

Eu sabia que ela viria.

Sem expor a face oculta

Que jamais ela vestiria.

 

Influenciadora das marés

Onde exala sua gravidade.

Ascendente do aumento dos dias

Encurtando nossa idade.

 

Proporciona um evento

Do eclipse lunar.

Quando a sombra a encobre

Se tem também o solar.

 

O mais brilhante do céu

Revelando cada fase lunar.

Ensinando aos terráqueos

Que cada fase vai passar.



 

Gira no movimento de revolução

Se mostrando o único corpo celeste.

Que o ser humano reveste

E que um dia pode pisar.

 

Isabely de Moraes Santos.

São João – PE.

26/09/2020