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quarta-feira, 5 de maio de 2021

PLANALTO ARISTARCHUS

 


L22 - Planalto Aristarchus - Misteriosa região elevada coberta de piroclásticos 26,0N 51,0 W

Acho que nessa altura do campeonato eu já fotografei quase todos os objetos da lista lunar do meu bom amigo Chuck Wood (https://en.wikipedia.org/wiki/Lunar_100). Para ser honesto, nunca me preocupei em cumprir a lista, apenas vou fazendo fotos de locais que considero interessantes, porém seria um projeto extremamente interessante cumprir todos os 100 objetivos em alta resolução com equipamentos amadores.

Quem olha essa foto e vê, a beleza de Plateau Aristarchus junto as duas crateras que o acompanham, nem repara no dome Herodotus Omega, na verdade maioria de nós coloca a observação do céu profundo em espera quando o brilho lunar se intromete nos céus escuros. Mas porque ao invés de limitar seu telescópio, não aproveita para observar a própria Lua? A fase de Lua crescente, é um bom momento para se familiarizar com uma das características mais evocativas do nosso satélite: suas cúpulas.

Muitas das paisagens características da Lua foram criadas pelo impacto. Crateras, raios, cordilheiras, mares e bacias abundam. As cúpulas lunares são diferentes. Elas se formaram como resultado do próprio vulcanismo interno da Lua. Semelhante aos vulcões de escudo na Islândia e Hawai (incluindo Mauna Kea na Grande Ilha) além de Olympus Mons em Marte, elas se formam quando lavas altamente fluidas brotam através de uma caldeira central na superfície. Elas são quase todas de baixa explosividade, ao contrário de seus primos, os estratovulcões terrestres mais violentos que ocupam as manchetes.

Como uma folha empilhada após outra, depois da lava escorrer por baixo da crosta, uma cúpula vai se acumulando lentamente ao longo do tempo, forma um montículo largo e suavemente inclinado parecendo um escudo de guerreiro com um centro elevado e uma borda inferior. Os vulcões de escudo podem ser pequenos, como as variedades islandesas e lunares, ou largos e enormes, como Olympus Mons. Uma cúpula lunar típica mede entre 5 e 7,5 milhas (8-12 km) de diâmetro com um pico ou caldeira ~ 900 pés (~ 300 metros) de altura. As encostas são muito suaves com apenas alguns graus.

Mais de 300 cúpulas lunares são conhecidas, muitas visíveis em telescópios amadores com aberturas de 3 polegadas para cima. Existem dois requisitos chave para a boa observação de uma cúpula - boa estabilidade atmosférica (seeing) e observar a cúpula perto do terminador pouco depois do nascer do sol lunar ou antes do pôr-do-sol como foi feito nessa foto com Herodotus Omega.

A maioria das cúpulas são características sutis e de baixo contraste que se tornam escaldantes com seeing pobre. Luz baixa, produz longas sombras nos picos e bordas das crateras, e faz com que suas formas suavemente inclinadas tenham o melhor contraste. Você irá ficar mais animado quando puder ver a caldeira. Ao ver o buraco da cúpula, você realmente vê uma cúpula pelo que ela é: um vulcão anteriormente ativo nos dias que a lua ainda tinha uma atividade geológica intensa.

Cerca de 60 km a sudoeste da Cratera Herodotus no Oceanus Procellarum é facil encontrar Herodotus Omega. Uma cúpula de 6 milhas de largura (10 km) coberta por uma caldeira no cume, visível em bom seeing mesmo com um modesto telescópio usando alta potência.

Na próxima vez que você for observar a Lua próximo ao terminadouro, não esqueça de prestar atenção a essas formas arredondadas que se destacam facilmente em relação ao terreno circundante, não deixe de lembrar que um dia a Lua teve seus vulcões ativos e mesmo hoje está longe de ser o mundo morto que muitos acreditam.



Fonte: Lunar 100 - Chuck Woods

Sky and Telescope - Um pequeno guia para cúpulas lunares - Bob King

Wikipedia - Lunar Dome

Adaptação e texto: Avani Soares

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