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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Cratera Piccolomini e Rupes Altai - Por Conrado Serodio

 


Registro em 22 Jan (2022) de duas formações lunares especialmente interessantes, no quadrante SE: a cratera Piccolomini e a longa escarpa Rupes Altai. Por vezes, na observação ou astrofoto não é possível termos a noção das reais proporções das formações, e analisando sua topografia, podemos nos dar conta da grandiosidade das mesmas, como é o caso destas duas.

Piccolomini, uma cratera de impacto complexa, com 88 km de diâmetro , quase 4000 metros de profundidade e montanhas centrais que atingem 2000 metros de altura, como se pode observar no perfil A-B.

Já Rupes Altai, que se inicia na borda Oeste de Piccolomini, é a mais destacada escarpa lunar, com penhascos de 3400 metros de altura, como se pode observar no perfil C-D e que se desenvolve por cerca de 480 km na direção Noroeste. Altai é o remanescente de um conjunto de anéis/bordas concêntricas ao redor do Mare Nectaris.

Tele GSO 305 mm em f/12, câmera ASI290MM. Perfis altimétricos usando o QuickMap/LROC [ melhor visualização em tela cheia ].


Por Conrado Serodio

Cratera Theophilus - Por Conrado Serodio


 Um "close" da bela cratera Theophilus, no quadrante SE lunar, com seus 110 km de diâmetro e profundidade de 3900 metros, sobrepondo-se na borda SW a Cyrillus. Theophillus é uma típica cratera complexa, com paredes terraceadas, montanhas centrais com 4 picos, que chegam a 1400 metros e várias craterletas em seu piso. Tele GSO 305 mm em f/12, ASI 290MM .

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Uma ponte na Lua!


Observe a imagem em anexo, veja o que parece ser uma "Ponte" onde se situa a cratera Polybius K (seta).

Isso se torna mais evidente pelo fato de Polybius K não ser uma cratera circular, tem um formato irregular, bem como, momento exato da captura o angulo de iluminação solar colaborou para evidenciar essa impressão errada.

Na observação lunar é muito facil nosso cérebro criar ou interpretar coisas que na realidade não existem.

Nas regiões próximas ao terminadouro, o jogo de luz e sombra frequentemente leva a essas comparações equivocadas.

 Um desses equívocos mais notáveis, foi a famosa “Ponte  O’Neill”, bem descrita pelo meu grande amigo Gilberto Dumont no texto "Uma Ponte Alienígena na Lua: verdade ou mito?" (https://www.patoshoje.com.br/blog/uma-ponte-alienigena-na-lua-verdade-ou-mito-67775.html).

Não podemos condenar esse fato, se hoje com equipamentos modernos e técnicas de fotografia avançadas, muitas coisas ainda parecem estranhas e podem ser interpretadas de maneira errada (vide a suposta cabana encontrada pela  sonda Yusu-2, https://segredosdomundo.r7.com/cnsa-usa-sonda-chinesa-para-identificar-cabana-misteriosa-na-lua/), que dizer de antigamente.

De qualquer forma a fotografia lunar é uma arte maravilhosa, com ou sem ilusões de óptica, ela mostra como nosso satélite é rico em formações estranhas,  evidencia que cada foto é unica e cada momento é exclusivo tornando nosso satélite um mundo digno de ser apreciado.

Texto: Avani Soares


Você pode encontrar a foto em resolução total e outras informações nos links abaixo:

https://www.astrobin.com/r1p9dv/

https://www.youtube.com/watch?v=XmeTM6M7tlg

https://www.amusingplanet.com/2019/10/a-natural-land-bridge-on-moon.html


Catena Muller - Por Avani Soares.

 


A cratera em evidência na foto é a gigante Ptolemaeus, com seus respeitáveis ​​158 km de diâmetro e suas infinitas crateras fantasmas, que estão espalhadas por todo o seu chão e apesar de serem inundadas por lava são facilmente visíveis nesta foto, devido ao baixo ângulo de iluminação.

Mas o que estamos tratando aqui é algo mais sutil e, embora eu não tenha encontrado informações que apresentem um alinhamento preciso das crateras que existem ao lado de Muller, formadas por Muller, Muller F e ainda outras, temos aqui o que se conhece como Catena.

Catena, catenae (Cadeia de Crateras)

Nome adotado pela U.A.I. (União Astronômica Internacional) para designar uma cadeia de crateras na superfície da lua ou de um planeta. Elas são derivadas do rebote de material do impacto que formou a área da cratera. A Catena Davy (foto inferior) é uma das cadeias de crateras mais espetaculares da Lua, se estende por cerca de 50 quilômetros da borda da antiga cratera Davy Y.

Outras cadeias de crateras são: Catena Abulfeda; Catena Humboldt; Catena Krafft; Catena Littrow; Catena Sylvester; Catena Taruntius; Catena Timocharis.

E suspeito que seja também o caso de Muller, neste caso teríamos uma Catena Muller, mas por enquanto são simples especulações que me reservo ao direito da dúvida.

 

Por Avani Soares

Fonte: Guia de Observação Lunar, Rosely Gregio - REA / Brasil